segunda-feira, 29 de março de 2010
A TEOLOGIA QUE A IGREJA PRECISA
A TEOLOGIA QUE A IGREJA PRECISA
Texto: “Então respondeu Bildade, o suita... Perverteria Deus o direito do justo ou
perverteria sua justiça? Se os teus filhos cometem pecados contra ele, também ele
os lançou correções a estas transgressões” (Jó 8.2-3)
Introdução
Quando você vem à igreja, qual a teologia que dá sustentação a sua fé? Nas últimas
décadas as igrejas foram invadidas pela teologia do interesse material e do culto à
prosperidade. Temos assistido pacificamente a esta teologia sutil e perversa que aos
poucos foi roubando a VERDADEIRA E INTERESSENTE MOTIVAÇÃO DO CULTO.
Esse arremedo de doutrina produziu uma completa inversão de valores nos princípios da
fé cristã. Agora, o valor mais importante é o que tenho e não o que sou. Foi deste modo
que o patriarca Jó foi avaliado por seu amigo Bildade que, no texto se torna ferrenho
defensor da doutrina da prosperidade.
QUEM FOI BILDADE?
Não possuímos muitas informações acerca de Bildade. A Bíblia informa apenas que este
amigo de Jó era um suíta. Certamente morava em Canaã, onde Suá, à semelhança de
Temã, era um daqueles pequenos reinos ali estabelecidos.
No Livro de Jó, foram três os discursos de Bildade, que se encontram nos capítulos 8, 18
e 25.
A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
O que é a Teologia da Prosperidade?
É a doutrina segundo a qual o crente por ser filho de Deus jamais passará por
dificuldades, e se está passando, existem duas explicações formais para que isto
aconteça:
1 – Está em pecado e está sofrendo o juízo de Deus
2 – Não tem fé suficiente para determinar e conseguir a prosperidade das mãos do
poderoso Senhor.
Vista superficialmente, a doutrina tem até um fundamento racional consistente, mas
adoece a nossa motivação de culto. Não podemos de forma alguma estar ligados a Deus
pelo que ele nos dá, nossa motivação de está nele deve se basear no que Ele é.
Veja comigo Jesus combatendo esta doutrina:
(Mateus 6.25) - “Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida,
pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso
corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo
mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam,
nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito
mais valor do que elas?”
O que Jesus está explicando? Que o autor da nossa existência também é o responsável
pela nossa manutenção. Ele desconstrói a idéia da doutrina da prosperidade, e sob o
ponto de vista da prosperidade o pássaro é muito próspero porque receber o cuidado da
sua manutenção diária de vida diretamente direto de Deus.
A teologia de Bildade determinava que o crente estivesse destinado a viver de
maneira regaladamente pródiga, sem ter de se defrontar com as carências e
necessidades materiais comuns a todos os seres humanos.
Para Bildade, se Jó estava sofrendo e havia perdido todos os bens, porque pecara contra
o Senhor. Somente são atribulados e atingidos por sofrimentos aqueles que
desobedecem a Deus. Logo, os que vivem em obediência a Deus, gozam de total isenção
de sofrimentos.
• A fim de fundamentar a sua doutrina, evoca Bildade o testemunho dos antigos:
"Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas e prepara-te para
a inquirição de seus pais. Porque nós somos de ontem e nada sabemos;
porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra" (Jó 8.8,9).
A falácia de Bildade firma-se agora em tradição de antigos, porque os novos não
conhecem a verdade divina. Conheço muitos crentes novos que têm mais revelação,
comunhão e intimidade com Deus que muitos crentes velhos.
A exposição de alguns que foram abençoados é mesmo a marca das pessoas que
baseiam sua fé na doutrina da prosperidade. A prosperidade cristã não diz respeito
apenas a dinheiro, mas é um conceito complexo que envolve até o ter e não se apegar ao
que tem.
Veja o ensino de Jesus:
(I Timóteo 6:10) - “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e
nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com
muitas dores”.
Tem muita gente pregando errado neste versículo, ministrando que o “dinheiro é a raiz de
todos os males”. A bíblia não diz isto, o que ela diz é que “o apego ao dinheiro é a raiz de
todos os males”. Portanto, aquele que tem um apego religioso a Deus apenas para
prosperar, cai em grande tentação. Não podemos esquecer que esta doutrina levou Judas
ao inferno. Na defesa deste aleijão doutrinário, torcem as Sagradas Escrituras, brincam
com a verdade, fazem uso de subterfúgios lógicos e até citam, fora de seu contexto, o
testemunho dos antepassados (2 Pe 3.16).
AS CONTRADIÇÕES DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Se Bildade viveu num período anterior ao patriarca Abraão como acreditamos, que
exemplo poderia ele apresentar dos antigos, para que a sua doutrina fosse devidamente
justificada? Quem eram estes antigos a que invocava memória?
De acordo com a História, os ímpios vêm prosperando materialmente mais do que
os justos (Sl 73.1-10). Se isto é verdade, e é porque a bíblia está afirmando, que
sustentação teria a fé dos que abraçam a doutrina da prosperidade?
O que dizer da civilização inaugurada pelo homicida Caim?
A cidade por ele fundada era, tecnologicamente, avançadíssima (Gn 4.17-22). Enquanto
isto, não há nenhuma notícia do progresso alcançado pelos filhos do piedoso Sete.
Que riquezas lograra Enoque? Ou Noé? Ou ainda Sem?
Enquanto isto os descendentes do indecoroso e irreverente Cão fundando grandes
impérios, tais como: Líbia, Egito, Etiópia e os domínios de Canaã (Gn 10.1-20).
As provações dos justos, durante o curso da História Sagrada, no registro dos fatos que
ocorreram após a era de Bildade, fala de alguns homens que, apesar de sua comprovada
e singular piedade, foram submetidos às piores agruras.
Curiosamente, os que mais sofreram foram os que mais receberam revelação de
Deus, tais como: Moisés, José, Daniel, Paulo (revelações tão grandiosas que tivera
que receber um espinho na carne que funcionava como um freio de mão, para que
não ensoberbecesse) e o apóstolo João, por exemplo. E o que é pior, do ponto de
vista desta doutrina Jesus foi um derrotado, porque nunca multiplicou riquezas para si, e
ainda terminou seus dias em uma cruz de forma trágica.
Se Abraão, Isaque e Jacó foram abençoados com grandes riquezas, temos exemplos
como os de Elias, Amós e Lázaro que vivenciaram necessidades extremas e foram mui
preciosos aos olhos de Deus. O primeiro viu-se na contingência de nutrir-se do que lhe
traziam os corvos (1 Rs 17.5-7). O segundo, como boiadeiro, alimentava-se de sicômoros
(Am 7.14). E o terceiro, além da extrema pobreza, fora coberto por uma terrível chaga; e,
assim, abandonado por todos, comia das migalhas que caíam da mesa do rico (Lc 16.20-
25).
A evidência de uma vida piedosa também não é a pobreza.
O que quero afirmar é que existiram muitos que foram profundamente prósperos e eram
pobres, mas também existem muitos crentes milionários que são grandes homens de
Deus.
Temos de agir com equilíbrio e discernimento, pois o extremismo teológico quer da
esquerda ou da direita, são nocivos.
Logo, ninguém pode ser julgado pelo que tem, mas pelo que é (Mt 5.16; 1 Tm 5.25;
Tg 1.26,27). Quer Deus nos conceda riquezas, quer nos deixe experimentar
necessidades, tenhamos sempre em mente que Ele é soberano e, como tal, sabe tratar
com seus filhos com igualdade (Jr 18.1-6). Habacuque e Paulo viveram os dois
extremos, e aprenderam a passar tempos de muita prosperidade e outros de grande
privação (Hc 3.17-19; Fp 4.10-13), sendo abençoados independente das circunstâncias.
A JUSTA PORÇÃO DE AGUR
A Teologia da Prosperidade é diabolicamente perversa e mentirosa, porque induz os
filhos de Deus a buscar a riqueza, por concluírem ser esta tão importante quanto à
salvação. Alerta Paulo, contudo, que, “os que porfiam por serem ricos, cairão em
muitas ciladas” (1 Tm 6.9)
A teologia da miséria também não é Bíblica. “Davi testemunha nunca ter visto um justo
mendigar o pão”. Assim como há ricos piedosos, e Jó, entre todos os ricos, se
destacava por sua singular integridade, há também pobres ímpios e inimigos de Deus - e
não são poucos!
Na petição que um homem chamado Agur endereçou a Deus, encontramos relevante
equilíbrio: "Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: afasta de mim a
vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantémme
do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não
negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance
mão do nome de Deus" (Pv 30.7-9).
Noutras palavras, rogava Agur ao Senhor o pão nosso de cada dia (Mt 6.11), à semelhança
do que nos ensinou Jesus na oração do Pai nosso. Atentemos para o que Paulo nos diz:
(I Timóteo 6.7-9) – “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que
nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos,
estejamos com isto contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e
5 | P á g i n a
em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os
homens na perdição e ruína”.
CONCLUSÃO
Então a quais conclusões devemos chegar?
Posso concluir afirmando que a grande necessidade teológica da Igreja hoje envolve a
DOUTRINA DA ADORAÇÃO INTEGRAL. É de Jó o grande ensino doutrinário nesta área.
Atravessou mares revoltos, lutou contra necessidades extremas e tendo permanecido
firme, adquiriu autoridade para nos ensinar:
(Jó 42.2) - “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode
ser impedido”.
É disto que a igreja necessita: de adoradores extravagantes dispostos a adorarem a Deus
nos montes e vales desta vida, nos dando exemplo de que aquele que permanece fiel
conquista a coroa da vitória.
Medite e fundamente sua fé no que Jesus nos ensinou na última e grande revelação
contida na Bíblia: (Apocalipse 2.10) - “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis
que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
Por fim, relembro o que nos ensinou o profeta Habacuque. Seu ensino é uma espécie de
fundamento da verdadeira doutrina bíblica. Ele nos ensina amar a Deus apesar de...
Vejamos:
(Habacuque 3.17) - “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja uvas na videira;mesmo falhando a safra de azeitonas, e não havendo produção de alimento nas lavouras,nem ovelhas no curral, e bois nos estábulos, ainda assim eu adorarei e me alegrarei no
Senhor”.
Quantos podem dizer amém?
Texto: “Então respondeu Bildade, o suita... Perverteria Deus o direito do justo ou
perverteria sua justiça? Se os teus filhos cometem pecados contra ele, também ele
os lançou correções a estas transgressões” (Jó 8.2-3)
Introdução
Quando você vem à igreja, qual a teologia que dá sustentação a sua fé? Nas últimas
décadas as igrejas foram invadidas pela teologia do interesse material e do culto à
prosperidade. Temos assistido pacificamente a esta teologia sutil e perversa que aos
poucos foi roubando a VERDADEIRA E INTERESSENTE MOTIVAÇÃO DO CULTO.
Esse arremedo de doutrina produziu uma completa inversão de valores nos princípios da
fé cristã. Agora, o valor mais importante é o que tenho e não o que sou. Foi deste modo
que o patriarca Jó foi avaliado por seu amigo Bildade que, no texto se torna ferrenho
defensor da doutrina da prosperidade.
QUEM FOI BILDADE?
Não possuímos muitas informações acerca de Bildade. A Bíblia informa apenas que este
amigo de Jó era um suíta. Certamente morava em Canaã, onde Suá, à semelhança de
Temã, era um daqueles pequenos reinos ali estabelecidos.
No Livro de Jó, foram três os discursos de Bildade, que se encontram nos capítulos 8, 18
e 25.
A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
O que é a Teologia da Prosperidade?
É a doutrina segundo a qual o crente por ser filho de Deus jamais passará por
dificuldades, e se está passando, existem duas explicações formais para que isto
aconteça:
1 – Está em pecado e está sofrendo o juízo de Deus
2 – Não tem fé suficiente para determinar e conseguir a prosperidade das mãos do
poderoso Senhor.
Vista superficialmente, a doutrina tem até um fundamento racional consistente, mas
adoece a nossa motivação de culto. Não podemos de forma alguma estar ligados a Deus
pelo que ele nos dá, nossa motivação de está nele deve se basear no que Ele é.
Veja comigo Jesus combatendo esta doutrina:
(Mateus 6.25) - “Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida,
pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso
corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo
mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam,
nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito
mais valor do que elas?”
O que Jesus está explicando? Que o autor da nossa existência também é o responsável
pela nossa manutenção. Ele desconstrói a idéia da doutrina da prosperidade, e sob o
ponto de vista da prosperidade o pássaro é muito próspero porque receber o cuidado da
sua manutenção diária de vida diretamente direto de Deus.
A teologia de Bildade determinava que o crente estivesse destinado a viver de
maneira regaladamente pródiga, sem ter de se defrontar com as carências e
necessidades materiais comuns a todos os seres humanos.
Para Bildade, se Jó estava sofrendo e havia perdido todos os bens, porque pecara contra
o Senhor. Somente são atribulados e atingidos por sofrimentos aqueles que
desobedecem a Deus. Logo, os que vivem em obediência a Deus, gozam de total isenção
de sofrimentos.
• A fim de fundamentar a sua doutrina, evoca Bildade o testemunho dos antigos:
"Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas e prepara-te para
a inquirição de seus pais. Porque nós somos de ontem e nada sabemos;
porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra" (Jó 8.8,9).
A falácia de Bildade firma-se agora em tradição de antigos, porque os novos não
conhecem a verdade divina. Conheço muitos crentes novos que têm mais revelação,
comunhão e intimidade com Deus que muitos crentes velhos.
A exposição de alguns que foram abençoados é mesmo a marca das pessoas que
baseiam sua fé na doutrina da prosperidade. A prosperidade cristã não diz respeito
apenas a dinheiro, mas é um conceito complexo que envolve até o ter e não se apegar ao
que tem.
Veja o ensino de Jesus:
(I Timóteo 6:10) - “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e
nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com
muitas dores”.
Tem muita gente pregando errado neste versículo, ministrando que o “dinheiro é a raiz de
todos os males”. A bíblia não diz isto, o que ela diz é que “o apego ao dinheiro é a raiz de
todos os males”. Portanto, aquele que tem um apego religioso a Deus apenas para
prosperar, cai em grande tentação. Não podemos esquecer que esta doutrina levou Judas
ao inferno. Na defesa deste aleijão doutrinário, torcem as Sagradas Escrituras, brincam
com a verdade, fazem uso de subterfúgios lógicos e até citam, fora de seu contexto, o
testemunho dos antepassados (2 Pe 3.16).
AS CONTRADIÇÕES DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Se Bildade viveu num período anterior ao patriarca Abraão como acreditamos, que
exemplo poderia ele apresentar dos antigos, para que a sua doutrina fosse devidamente
justificada? Quem eram estes antigos a que invocava memória?
De acordo com a História, os ímpios vêm prosperando materialmente mais do que
os justos (Sl 73.1-10). Se isto é verdade, e é porque a bíblia está afirmando, que
sustentação teria a fé dos que abraçam a doutrina da prosperidade?
O que dizer da civilização inaugurada pelo homicida Caim?
A cidade por ele fundada era, tecnologicamente, avançadíssima (Gn 4.17-22). Enquanto
isto, não há nenhuma notícia do progresso alcançado pelos filhos do piedoso Sete.
Que riquezas lograra Enoque? Ou Noé? Ou ainda Sem?
Enquanto isto os descendentes do indecoroso e irreverente Cão fundando grandes
impérios, tais como: Líbia, Egito, Etiópia e os domínios de Canaã (Gn 10.1-20).
As provações dos justos, durante o curso da História Sagrada, no registro dos fatos que
ocorreram após a era de Bildade, fala de alguns homens que, apesar de sua comprovada
e singular piedade, foram submetidos às piores agruras.
Curiosamente, os que mais sofreram foram os que mais receberam revelação de
Deus, tais como: Moisés, José, Daniel, Paulo (revelações tão grandiosas que tivera
que receber um espinho na carne que funcionava como um freio de mão, para que
não ensoberbecesse) e o apóstolo João, por exemplo. E o que é pior, do ponto de
vista desta doutrina Jesus foi um derrotado, porque nunca multiplicou riquezas para si, e
ainda terminou seus dias em uma cruz de forma trágica.
Se Abraão, Isaque e Jacó foram abençoados com grandes riquezas, temos exemplos
como os de Elias, Amós e Lázaro que vivenciaram necessidades extremas e foram mui
preciosos aos olhos de Deus. O primeiro viu-se na contingência de nutrir-se do que lhe
traziam os corvos (1 Rs 17.5-7). O segundo, como boiadeiro, alimentava-se de sicômoros
(Am 7.14). E o terceiro, além da extrema pobreza, fora coberto por uma terrível chaga; e,
assim, abandonado por todos, comia das migalhas que caíam da mesa do rico (Lc 16.20-
25).
A evidência de uma vida piedosa também não é a pobreza.
O que quero afirmar é que existiram muitos que foram profundamente prósperos e eram
pobres, mas também existem muitos crentes milionários que são grandes homens de
Deus.
Temos de agir com equilíbrio e discernimento, pois o extremismo teológico quer da
esquerda ou da direita, são nocivos.
Logo, ninguém pode ser julgado pelo que tem, mas pelo que é (Mt 5.16; 1 Tm 5.25;
Tg 1.26,27). Quer Deus nos conceda riquezas, quer nos deixe experimentar
necessidades, tenhamos sempre em mente que Ele é soberano e, como tal, sabe tratar
com seus filhos com igualdade (Jr 18.1-6). Habacuque e Paulo viveram os dois
extremos, e aprenderam a passar tempos de muita prosperidade e outros de grande
privação (Hc 3.17-19; Fp 4.10-13), sendo abençoados independente das circunstâncias.
A JUSTA PORÇÃO DE AGUR
A Teologia da Prosperidade é diabolicamente perversa e mentirosa, porque induz os
filhos de Deus a buscar a riqueza, por concluírem ser esta tão importante quanto à
salvação. Alerta Paulo, contudo, que, “os que porfiam por serem ricos, cairão em
muitas ciladas” (1 Tm 6.9)
A teologia da miséria também não é Bíblica. “Davi testemunha nunca ter visto um justo
mendigar o pão”. Assim como há ricos piedosos, e Jó, entre todos os ricos, se
destacava por sua singular integridade, há também pobres ímpios e inimigos de Deus - e
não são poucos!
Na petição que um homem chamado Agur endereçou a Deus, encontramos relevante
equilíbrio: "Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: afasta de mim a
vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantémme
do pão da minha porção acostumada; para que, porventura, de farto te não
negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance
mão do nome de Deus" (Pv 30.7-9).
Noutras palavras, rogava Agur ao Senhor o pão nosso de cada dia (Mt 6.11), à semelhança
do que nos ensinou Jesus na oração do Pai nosso. Atentemos para o que Paulo nos diz:
(I Timóteo 6.7-9) – “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que
nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos,
estejamos com isto contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e
5 | P á g i n a
em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os
homens na perdição e ruína”.
CONCLUSÃO
Então a quais conclusões devemos chegar?
Posso concluir afirmando que a grande necessidade teológica da Igreja hoje envolve a
DOUTRINA DA ADORAÇÃO INTEGRAL. É de Jó o grande ensino doutrinário nesta área.
Atravessou mares revoltos, lutou contra necessidades extremas e tendo permanecido
firme, adquiriu autoridade para nos ensinar:
(Jó 42.2) - “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode
ser impedido”.
É disto que a igreja necessita: de adoradores extravagantes dispostos a adorarem a Deus
nos montes e vales desta vida, nos dando exemplo de que aquele que permanece fiel
conquista a coroa da vitória.
Medite e fundamente sua fé no que Jesus nos ensinou na última e grande revelação
contida na Bíblia: (Apocalipse 2.10) - “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis
que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma
tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
Por fim, relembro o que nos ensinou o profeta Habacuque. Seu ensino é uma espécie de
fundamento da verdadeira doutrina bíblica. Ele nos ensina amar a Deus apesar de...
Vejamos:
(Habacuque 3.17) - “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja uvas na videira;mesmo falhando a safra de azeitonas, e não havendo produção de alimento nas lavouras,nem ovelhas no curral, e bois nos estábulos, ainda assim eu adorarei e me alegrarei no
Senhor”.
Quantos podem dizer amém?